À deriva

Após um processo de redescoberta da autoestima, escrevi essa poesia em 2012.

À deriva

À espera

Dos sinais

Dai paciência

Aos amantes

À deriva

Às palavras não ditas

Ao recomeço

De uma nova vida

Última vez

Última vez

Pela última vez

Vou me permitir

Chorar

Pela última vez

Vou esquecer

E fingir que nada aconteceu

Pela última vez

Vou errar

Hoje

Eu quero acertar

As contas com o passado

Preciso me encontrar

Alma suja

Alma suja

Tenho um coração limpo

E uma alma manchada

Pelas dores de amor

Sofrimentos que se repetem

Ilusões frustradas

Planos abortados

E, de novo, um recomeço

Não mereço

Nem sei se quero

Ver tudo novo de novo

Só me resta esperar

Decepção

Decepção

Decepar a dor

Interceptando a navalha

Pra cortar o ardor

Sofro muito

Pouco a pouco

Sua falta de ação

Paralisa meus sonhos

Por um instante

Pensei em amor

Agora preciso

Aprender

E seguir em frente

Vapor Barato

Aqui, começa uma série de poesias mais tristes. Esse é o retrato de 2011, um ano muito difícil na minha vida pessoal.

Vapor Barato

Prefiro não saber

Quero esconder

A decepção nos meus olhos

Frente a frente com você

Quero apagar

Com lágrimas

Toda essa dor

Do incêndio

Que você me causou

Ainda que exista

Alguma fumaça

Sinto-me sobrevivente

Por trás

Dos escombros

Nós

Nós

Estou só

Sozinha

Carente

Sou apenas

Mais uma na multidão

Náufraga

No turbilhão

Estou em busca

Da saída

Da luminosidade

Em meu coração

Intensidade

Intensidade

Denso

Intenso

Esta é a intensidade

Do meu amor por você

Intenso

Às vezes tenso

Só assim sei viver

Nada de duas medidas

Ou meias palavras

Comigo é tudo ou nada

Neste flerte total

Sou passional

Quase enlouqueço

Quando sinto você

Até amanhecer

Cruel

Cruel

Cruel são as palavras cruas

Que você insiste em me dizer

Palavras nuas e secas

Pronunciadas por alguém

Que eu tanto amei

Você me despiu

Com palavras impróprias

Mas palavras ao vento

Nada são

De tudo o que fica

É sempre o amor

Encoberto em frases feitas

Em latentes declarações

Encontros e despedidas

Essa poesia eu escrevi para celebrar a chegada do ano novo em 2011.

Encontros e despedidas

A vida é feita

De encontros e despedidas

Idas e vindas

A vida é feita de sonhos

E descobertas

Adeus ano velho

Que venham os dias de paz

Recheados de amores e encontros

Preciso

Preciso

Preciso mudar de vida

De lares

Ares

Preciso mudar de casa

De causa

Fecho os olhos

Sonhos distintos

Nem longe

Nem perto

Apenas idéias

Sinto-me só

Estou sozinha

É temporário

Dor de amor

Dói

Mas passa

Cena de amor

Cena de amor

Ata-me

Desata-me

Desfaça esse nó

Prenda-me

Liberte-me

Sem dó

Sem dor

Com amor

Por favor

Caso

Essa é uma das poesias, que eu mais gosto de ter escrito. O jogo e a sonoridade das palavras me encantam.

Caso

Tenho um caso de amor

Com a vida

Uma união estável

Caso você me queira

Não faça caso comigo

Não gosto de descaso

Caso você me pergunte

Quero uma casa

Caso aconteça

Por acaso

De você me pedir

Eu caso

Desordem

Desordem

Desordem no coração

Paz ou ilusão?

Desordem na alma

Medo ou calma?

Meus sentimentos

Estão confusos

Meu vôo agora é solo

Meu destino é um lugar

Tranqüilo

Onde o amor

É o ponto de partida

Metáfora

Metáfora

Meta fora

Tudo que não presta

Inclusive as metas

Jogue fora

Tudo que já foi

Quem não presta

Siga em frente

Vá adiante

Afinal a felicidade

Está ao alcance

Das mãos

Direção

Direção

Sopra o vento
Sigo o mar
Sigo em direção
De um novo lugar

Reflexos
De um mundo
Onde quero viver
De descobertas
Ao amanhecer

Ainda é cedo
Acordo tarde
Sento e espero

Enquanto promessas se desfazem

Esperanças são eternas

Confusão

Confusão

Sinto dores na alma

Quando perco a calma

Quero fugir de tudo

Desejo me esconder de todos

Quero apenas um porto seguro

Onde eu possa ser

Quem eu sou para mim

O que eu represento para você

Quero dar

O que tenho

Quando posso

Onde seja importante

Porque acredito

Insisto em mudar

Cuide de você

Essa poesia tem uma história especial. Ela foi criada em 2009, inspirada na exposição da artista plástica francesa Sophie Calle. Ela propôs que as pessoas interpretassem o significado dessa frase: Cuide de você.

Cuide de você

Enquanto ainda é tempo

Vou cuidar de mim

E esquecer

Das cicatrizes

Antes de tudo

Devo me cuidar

E de você

Não posso lembrar

Deixei no passado

As horas a fio

Esperando

Por uma declaração

Do seu amor

Embora meu tempo

Seja o presente

Não conjugo mais a perda

O nosso futuro

Acabou

Renascer

Renascer

O gelo seco

Na ferida aberta

Curou meu coração

O tempo passado

Presente e acabado

Fechou as cicatrizes daquele amor

Aqui estou

Forte

Preparada

Pronta pra ser feliz

De novo

Estética

Estética

Bela forma

Conteúdo perfeito

Ilusão

Forma imperfeita

Conteúdo disforme

Desilusão

Forma real

Conteúdo desigual

Realização

O amor acontece

Na mistura dos sentidos

Na insensatez da razão

Onde emerge a emoção

Licença poética

Licença poética

Peço licença aos poetas

Para dizer que amo você

Peço desculpas a toda gente

Por amar-te loucamente

Se as palavras pudessem expressar

Essencialmente o que sinto

A única tradução possível

Seria o amor

Um amor leve

Livre de preconceitos

Eterno como este acontecimento

Geometria

Geometria

Você é quadrado

Careta

Cabeça dura

Eu sou redonda

Como a lua

Você é um triângulo

De ponta-cabeça

Invertido

Eu sou malabarista

A me equilibrar num trapézio

Eu sou inconstante

Como a matemática do amor

Onde a prova dos nove

Sempre joga fora

O que sobrou

Acelero

Acelero

Dilacero

Mas acelero

Rumo à felicidade

Faço consertos

Aqui e ali

Aparo arestas

Desfaço as festas

No circuito do amor

A vida tem vez

A voz vai além

Ecoa aos quatro cantos

Da cidade

Acordo tarde

Cacos

Cacos

Você quebrou

O sentimento mais bonito

Dentro de mim

Você destruiu

A esperança

De um dia ter você

É incrível

Eu saber de tudo isso

E ainda desejar você

Nosso amor

É feito de pedaços

Dos cacos

Que eu insisto

Em juntar

Por ainda te amar

Quando acaba?

Quando acaba?

Mergulho profundo

No abismo

Entre eu e você

Vejo tudo preto e branco

O colorido foi-se embora

Agora resta apenas

O retrato da nossa história

Fomos protagonistas

De um final não muito feliz

Mas quem sabe um dia

Você não volte para mim

Embora

Embora

Vi você chegar

Vi você partir

Vi meu mundo acabar

Vi tudo ruir

Acabou-se a euforia

Num único dia

Acabou-se a agonia

Mas não há alegria

Só a sua ausência

Nesta noite fria

Duas partes

Duas partes

A partida

A saída

A partir de você

Meu mundo mudou

A chegada

A entrada

De um novo amor

Fez você partir

Mas faz parte

Da arte

De te seduzir

Fugir de mim

Confissões em cinzeiros

Essa poesia também foi escrita em 2005, como forma de expressar a minha dor após o rompimento. Apesar de nunca ter fumado, a palavra cinzeiros foi usada como uma metáfora, pois o meu namorado fumava.

Confissões em cinzeiros

Confesso

Já perdi o juízo

Já deixei as pontas no cinzeiro

Confesso

Já perdi a calma

Mesmo que não dê em nada

O espelho mostra

O retrato pelo avesso

Amassado

Arremessado pelos estilhaços

Dor de amor

Já passou

A maré das paixões

Levou embora as incertezas

Do passado

Aquarela

O poema Aquarela foi escrito em 2005, após o final de um longo romance.

Aquarela

Eu quero luz

Para iluminar o meu jardim

Quero música

E silêncio

Só não quero ter medo

De ficar sozinha

Aquarela de emoções

Vejo cores em canções

Embaladas no meu coração

Passageiro

Passeio pela vida

Em busca de um lugar

Onde a vida é sempre

Alegria intensa

Dia dos Namorados

A data mais esperada pelos enamorados está chegando. Pensando nisso, homenageio todos os amantes com a poesia escrita no Dia dos Namorados em 2001, mas que é bastante atual ainda hoje.

Dia dos Namorados

12 signos

12 motivos

Doces beijos

Numa só noite

12 meses

12 vezes

Tantas promessas

Nenhuma certeza

½ dia

½ noite

Mi amore

12 rosas

12 horas

Um único desejo

Estar com você

Em 12 de junho

Foto 3 x 4

Desde 2001, comecei a escrever poesias. Doze anos se passaram e, hoje, estou realizando o sonho de publicar o meu livro. Retratos de Amor é uma coletânea das diversas fases amorosas da minha vida, onde eu expresso as minhas emoções sem máscaras. Dizem que todo mundo para ser feliz precisa realizar três ações: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Graças a Deus, já estou quase lá na minha busca pela felicidade: falta o meu filho. Então, quero compartilhar com vocês esse "filho" que finalmente nasceu e tem me trazido tantas alegrias. Luzes, câmera, ação! Apresento em primeira mão a poesia que escrevi no auge e no frescor dos meus 21 anos.

Foto 3X4

Pela lente do amor

As emoções são intensas

Amor de mãe

De pais e filhos

Ou enamorados

Todos os tipos de amor são valiosos

Ao coração de quem ama

Os seres amados

Têm um significado especial

Uma data

Um gesto

Um beijo

Um aperto

Qualquer ato simbólico

Faz o coração disparar