domingo, 30 de novembro de 2014

Alcoóletra

Sou alcoóletra
Vivo garimpando palavras
Vou aproximando sonhos
E colecionando lágrimas
Sou viciada no significado
Tudo tem sentido oculto
Ou mero significante abstrato
Bebo e me embriago
Com 23 doses do alfabeto
Ou talvez 26
Contando com os estrangeiros
Meu paladar fica completo
Com esse léxico

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

domingo, 23 de novembro de 2014

A volta

Sono que não passa
Sonhando acordada
Acode o sossego
E o pensamento resvala
Até quando vai o tempo
A tempestade vem
Até quando quer
Enquanto não tem
Vai vendo
O sorriso do menino
Aparecendo aos poucos
Esperando na janela
Por uma nova chance
Se a vida está ensaiando
Quem sabe tudo tem volta

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Saia justa

Justo ou injusto
Já não sei
Mas quando rola
A tal saia justa
Eu saio à francesa
Pra não dar vexame
Afinal nada mais infame
Do que falar cara a cara
Melhor ficar com ar de paisagem
Até a situação passar
E voilà


sábado, 15 de novembro de 2014

Bons tempos

Pedi ao tempo
Que não parasse de acelerar
Mas perdi a hora
E o lugar de encontrar
Então, voltei atrás
Pra pedir um pouco mais
Para frear a passagem
Dos bons tempos
Para os velozes
Um pouco de paciência
E fica tudo em paz




domingo, 9 de novembro de 2014

O vazio vaza

O vazio às vezes vaza
Vez ou outra escancara
Deixando buracos
Abertos na alma
Esperando um espaço
Para serem preenchidos
Remendados
Ou quem sabe fechados
Qual será a causa
De não pertencer a uma casa
Não posso prever
Sei apenas do que sinto
Do que me faz sofrer
Deixo o desapego
Tomar conta de mim
Quem sabe o desassossego
Erre a mira e esqueça de mim